Dia quente. Noite fria.
É assim que costumava ser.
Ele a beijou no pescoço, seios, barriga, vagina, pernas, pés, dedos – uma tara especial com os dedos. Chupando-os e mordendo de leve a ponta das unha. Ela emitia gemidos e contorcia todo o corpo.
Num movimento rápido ele arranca uma unha com os dentes. Ela grita e a cama mancha de sangue.
- Mais, mais!
- Calma, meu amor. Você só tem mais oito dedos com essas unhas nojentas. E eu tenho cinco horas inteirinhas para fazer isso.
- Mais, mais!
No quarto do lado, em silencio, montando uma arma enorme – fálica e fria. “Aqui era para ser quente”, ele pensa.“Dia quente. Noite fria. É assim que costumava ser”, ele recita como numa canção.
Os “mais, mais” cada vez mais altos, seguidos do som reconhecível de uma unha sendo arrancada da carne. A arma é apontada para a parede e o “mais, mais” transforma-se em silencio, seguido de gritos, choro, etc. Ele desmonta parte de sua arma, põe em uma mala. Nela tira outras peças e um silenciador. Remonta sua arma, veste seu casaco bege e óculos escuros. Abre a porta e uma mulher com os dedos dos pés ensangüentados se arrasta pelo corredor. Ela sabe quem e o homem de casa bege; porem não tem mais voz para gritar por socorro. Ele desabotoa seu casaco.
- Dia quente. Noite fria. É assim que costumava ser.
“Plof, plof”, é mais ou menos o som de um silenciador.